sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Doce.


Quem eu sou? Do que eu gosto? O que me faz feliz?
É facil definir o que NÃO sou, do que NÃO gosto e o que NÃO me faz feliz, mas quando paro pra pensar nos SINS tão importantes da minha vida, me perco toda.
Essa Virada Cultural foi um fiasco, tirando as horas que passei com minha amiga e os baseados que fumamos, o resto todo foram só desventuras e mal entendidos.
Até onde são apenas circuntâncias eu não sei dizer. Tudo podia ser igual e a droga diferente ou tudo podia ser diferente e a droga, igaul.
Era tudo cinza, tudo pó. Um pó fininho que entrou por todos os cantos e me fez perder a paciência. Queria um lugar sem ninguem, apenas uma fonte límpida em um jardim bonito. Queria flores em meu cabelo e uma harpa tocando ao fundo. Eu indo de um lado a outro leve como uma pluma e cantando canções de amor. E tudo que tive foram horas de pânico e uma passada na cracolância toda mijada. Queria pintar o centro de cores lindas, lavar o chão urinado e me deitar.
Até onde a culpa é do doce também não sei.
Mas as confusões me tiraram de prumo. Fui guiada até a Estação da Luz por um grupo de gente alucinada. E eu sem saber de nada fui andando atrás de uma cabeça familiar pra não me perder naquela muvuca horrorosa.
Porra, será que nem droga eu posso usar mais?? Eu fumo um simples baseado e vivo horas de terror, eu tomo um doce e nada acontece de maravilhoso. Eu tomo um goró passo mal. Tô ficando velha ou muito chata?
O que eu não aguento mais é entrar nessas de introspecção e me irritar com qualquer coisa que toque em mim, não aguento mais entrar nessa paranoia e sentir que vou enlouquecer com as vozes na minha cabeça. E o pior de tudo é que essas vozes são minhas! São ecos de tudo que eu falo e penso sobre tudo que vejo e ouço. ISSO É HORRIVEL!! Eu não quero parar de fumar porque sei que isso me distrai, me diverte, mas também não quero transformar esse ato num ritaul místico e cheio de frescuras e restrições.
A pouco tempo atrás (pouco mesmo), eu era capaz de fumar andando na rua; sem nenhum grilo fumava e ria pra valer. Agora, qualquer coisa me abala, qualquer coisa me deixa irritada e triste.
Eu sempre fui alertada pelos mais velhos que um dia isso ia acontecer mas, pensei que fosse lá na casa dos 27 ou 30, quando os sonhos de mudar o mundo se transformam em desejos de estabilidade pra formar uma familia. Amadurecer aos 21 está me deixando maluca.
Aahh, arrumem logo uma definição para a felicidade. Coloquem em uma revista o passo a passo pra ser feliz, com testes e escalas de comparação. Já que é assim que o mundo funciona, cheio de regras e metas a se seguir, vai ser bem mais facil e rápido se dizer Feliz.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Amadurecer.


Não digo isso com toda a propriedade do mundo já que, não sei exatamente se é o amadurecimento que vêm me trazendo tantos problemas e novas dúvidas.
Mas digo que é bem reconfortante saber que tantos "problemas" vieram no tempo certo. No fim das contas acho que sou normal até demais. 21 anos, boa formação mental, bons relacionamentos em casa e com os amigos. Dramatizo demias os acontecimentos mas acho que essa é a parte mais normal da coisa toda.
Acho que quero ser cineasta. Ou algo que valha nessa área. Eu sei que nem tudo é um mar de rosas, e que pra ter um filme rodado na telona, vou ter que suar muito a camisa. Mas é tão encantador este mundo da sétima arte!! A fama seria apenas um indicador de um bom trabalho, o reconhecimento por colocar na tela o que se espera (e o que não se espera) de um bom filme.
Mas e o talento? Será que posso entrar de gaiato no navio e aprender tudo? Até talento? Se para psicologia -já me disseram- se aprende a "repesentar" um possivel dom, no Cinema também deve ocorrer algo parecido. Mas será que gostar basta?
Eu não disponho de dinhero para "tentar" uma faculdade. A pressão para escolher uma profissão só existe na minha cabeça, o que já é o suficiente para que eu me perca diante de tantas possibilidades. Não são muitas mas, são tão distintas. Vario de Biblioteconomia a Ciências Sociais. É muito pra cabeça, né?
Eu podia ter nascido sabendo alguma coisa. Sei lá, alguma coisa que só se revelaria quando estivesse pronta de verdade ou, muito desesperada. Já pensou, eu acordo com uma vontade danada de pintar, não sei como apareço com uma tela em branco e todos os aparatos necessários e TCHARÂ, pinto uma coisa magnifica. Digna de aplausos e premiações. Seria um milhagre.
É assim que me sinto as vezes. Parece que se eu tentar, posso obter exito logo de cara. O problema é tentar. Arregaçar as mangas e pôr a mão na massa. A receita eu já tenho, falta...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Paranóia.


Ai. Nem sei por que me sinto tantos quilos mais leve. Ontem pude ver que com pouquíssimo, eu perco o muito de juizo que tenho.
Como explicar tantos sentimentos? Tantas sensações? Se os sentimentos, em sua maioria, não se explicam?
Ontem pude experimentar sensações tão diferentes para uma única situação. Pude constar que nesse mundo é "vai ou racha", e eu, rachei!
Quebrei, penso eu, muitos grilhões. Correntes pesadíssimas que me mantinham numa inércia macabra.
Pode ser só TPM, mas seria menosprezar uma experiência marcante e um tanto maravilhosa.
O que aconteceu ontem, é coisa muito minha. Para as outras pessoas é até engraçado, mas isso se dá ao meu talento para a comédia. Uma comédia trágica, ou uma tragédia cômica?
Não fosse por meus acompanhantes, a noite teria sido mais calma e prazerosa.
Eram desconhecidos. Três pessoas que não são do meu convívio, pensamentos desconhecidos, reações imprevisiveis. Tudo isso contribuiu para que eu surtace.
Ando pensando na minha depressão. Analisando e ponderando os fatos que me levam à essa conclusão.
Tive uma crise (assim considero) muito seria no começo do ano. Triste de verdade.
Era como se eu acordasse dormindo ou dormisse acordada. Só me lembro da cama. Do colchão na verdade.
Abrir o olho e ver o teto, fechar o olho e ver o teto. Só isso. Durante algumas semanas, longas semanas.
A única coisa que conseguia perceber era o tédio e a angústia. Angústia de estar em casa, sem dinheiro e com o dever de estar atenta aos meus pais.
Eu até gosto de dar atenção a eles. É um dever que me da um certo prazer e bem estar. Já que é a única coisa que posso fazer, estando nesse estado de inércia total. Eu ouvia mas não dava ouvidos as baboseiras que minha mãe dizia, e às reclamações do meu pai.
Como filha única, numa casa de três moradores, é facil notar quando as coisas estão desandando ou quando estão indo bem, de acordo com o plano.
Mas o flagrante da Morgana me fez perder o chão.
É, foi nesse momento que me vi sem rumo, sem ter nem pra quê. Começei a me culpar pela possivel separação dos dois. Senti que perdi dois bons amigos.
E foi isso mesmo que aconteceu.
O Lucas veio aqui. E ele nem me olhou nos olhos. Desviava o olhar e a atenção toda vez que eu estava mais perto dele.
Isso também pode ser coisa da minha cabeça. Mas se for , quer dizer que estou com sérios problemas mentais.
Tudo parece uma esquizofrenia. Eu escuto coisas, vejo coisas, e não sei por que, resolvo fingir que não é nada. Resolvo mentalmente acreditar que tudo não passam de desejos inconcientes. Por que essa vontade tão grande de não dar crédito às coisas que acontecem? São problemas pequenos e que de alguma forma movimentam o meu dia-dia. E por que menospreza-los tanto? Diminuir sua importância ao ponto de achar que imaginei tudo aquilo?
Mania feia essa!
Pois bem, ontem foi um dia excepcional em minha vida.
Um dia que nunca pensei ter.
Passei apenas 4 ou 5 hora fora de casa e como num passe de magica pude sentir a tudo tremer.
Dei motivos muito plausíveis para que meus pais chamassem o samu e me levassem para um CAP's da vida.
Um surto tão repentino que só de lembrar, treme-me os ossos.
Falando assim, até parece que fiz uma loucura absurda. Mas como disse lá no começo, foi um mix de sentimentos tão grande que de forma alguma poderia explicar. Estou tentando mas o tom de drama e suspense não condizem com o que estou tentando lhes dizer.
Senti medo, desespero, amor, ódio; tudo!
Tudo veio à tona como em uma erupção vulcanica. Explosões de riso, lava correndo garganta à baixo, uma fumaça carregada de enxofre entrou póros a dentro.
Na minha cabeça tudo ia se acabar. O mundo ia cair em cima de mim e nada se podia fazer.
Me dei conta da falta de seguraça da minha casa, janelas fracas; facilmente cederiam a murros e ponta-pés. De onde viriam esses socos e sopros de lobo mal? Ótima pergunta!
Como num filme, vi em minha mente uma multidão de pessoas falando ao mesmo tempo, um coro de risadas e gritos estéricos. Essas pessoas me acusavam, com o dedo em riste apontavam para meus erros passados e fracasso futuro. Musica tocava todo o tempo, uma seleção maluca e aleatória de tudo que ouvi durante o dia. Buzinas e apitos. Pássaros voando em bandos, flores belíssimas sendo pisadas por aquela muldidão que se aglomerava ainda mais no meu portão.
Saí do quarto procurando um pouco de realidade, coisas palpáveis, de facil entendimento. Mas era tudo líquido. Tudo nuvem. Uma neblima intensa cobria todo o campo de visão; nada se via alem dos 100 metros. E eu não tinha nada para ver a uma distancia menor então, voltei pra segurança da sala de estar.
Acendi todas as luzes da casa mas logo percebi o erro. Seria melhor apagar tudo e ficar em silencio ou, acender tudo e mostrar ao invasor que aqui mora gente. Aqui mora deus.
Ah, eu rezei também. Rezei com fé. Como a muito tempo não fazia. Fé não, desespero. Queria ajoelhar aos pés da Salete e lhe pedir perdão. Mas ela, muito preocupada, foi se deitar antes do amém.
Antes do amém ainda me levantei pra por o gato pra dentro do quarto. Curiosamente ele se deitou ao meu lado e tomou um banho. Ele queria me dizer que estava tudo bem, que eu não precisava temer o bandido porque ele não estava lá.
Fiquei mais calma depois disso. Coloquei minha segurança naquele gato e me deitei. Ainda ouvia muito barulho mas fui abafando aos poucos as batidas fortes do meu coração em panico.
Foi um sono revigorante. Dormi muito e muito bem.
Ao levantar me sentia diferentemente igual.
Lembrei do que tinha acontecido na noite anterior e ri! Ri muito. Não foram gargalhadas mas, um riso franco de quem não entendeu nada da piada.

terça-feira, 30 de março de 2010

A evolução. Da preguiça.



Estou viciada em Discovery Channel.
Cada progama de tirar o folego!
Depois de semanas ouvindo os mesmos nomes (Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá), descobri que o gato aqui de casa resolveu me dar algo mais interessante pra assistir.
Pois bem; peguei um programa que me deixou de boca aberta.
Falava sobre a evolução da tecnologia e como ela pode e deve nos ajudar num futuro próximo. Entre tantas ideias revolucinarias, que colocaram em cheque a evolução da tecnologia 3D, a robótica tambem vêm se destacado muito.
Ideias que transformarão as atividades humanas.
Querem nos engordar!
Imagine-se num sofá confortavel, você com um piscar de olhos ajusta a luz da sala; com um estalar de dedos, as cortinas se abaixam; com um balançar de cabeça, você vê uma bandeija flutuando até você com um copo e um pedaço de filé digital.
Se o controle remoto, tão indispensavel na nossa vida, já nos faz acumular algumas gramas que sem o uso do controle, perderiamos ao levantar do sofá para apertar o botão na tv, imagine quantas mais vamos deixar de queimar só para não pegar um copo de cima da mesa?
Será que ninguem leva em consideração o que os cineastas mostram a todo tempo nos filmes?
Será que é tão ridiculo pensar numa revolta das maquinas?
Eu acredito nessa revolta. Ainda mais depois ver neste mesmo programa a ideia cretina de se utilizarem robôs em lutas de ringue. O cara ainda vira pra camera e diz algo parecido com isso: "A ideia parece assustadora, mas elevariamos as lutas para outro patamar. Não é de se duvidar que eles (os robôs), só sairiam do ringue depois de matar o oponente."
Eu fiquei sem reação na hora. Lembrei de todos os filmes onde as maquinas controlam o homem. E pra falar a verdade, até torci para que isso aconteça mesmo.
Por que querem tirar nossas atividades diárias? Por que essa vontade tão grande de ter tudo à mão na hora que se deseja?
Eu prefiro um genio da lampada. Pensar bem antes de decidir o que quero com meus 3 desejos. Eu provavelmente escolheria sumir para uma ilha de águas limpas, onde com certeza, não poderia imprimir o meu almoço num pedaço de papel comestivel.

domingo, 28 de março de 2010

A profecia de Bilis
Em um reino deturpado, devastado pelo crescimento desordenado na superficie, os representantes se levantam e profetizam o fim.

Em dias de fúria, a Princesa Gabilis emerge das profundezas de seu reino submerso. Imponente sobre um capô de Fusca emborcado com sua cor azul já perdida pela oxidação, paira hipnotizante com seu vestido de sacolas plásticas degradadas pelo tempo. Seu cabelo toma forma esvoaçante, revelando assim, sua medonha face. Seus olhos faíscam em cor escarlate, sua pele besuntada de óleo de cozinha e demais substâncias gordurosas, brilha com luz aterrorizante. A fauna do reino lhe coroa. Garças zumbis enegrecidas pelo esgoto urbano, sobrevoam sobre sua rainha.
Seu coração transborda ódio; sua sede é de vingança.
Gabilis não possui piloro em seu estômago; seu quimo regurgitado cai por sobre a pele do ser abjeto. Um ataque fulminante que mata em segundos.

Badbilis, o rei, uma criatura pavorosa que devora banhistas desavisados, vive escondido sob a Ilha dos Eucalíptos, em uma caverna fria, sombria e fétida. Um vilão que com suas microvilosidades intestinais expostas, se inunda em sua vilania justiceira. Seu ódio, não menor que o de Gabilis, atrai vítimas para o interior de sua cavidade gastrointestinal, onde devora osso por osso, olho por olho, dente por dente.

Seus súditos, feitos da massa fecal lançada impunemente pelos habitantes da superfície, são alimentados pelos fluidos sangüineos de seres que também são responsáveis pela (de)formação de seus corpos escatológicos.
A podridão reina. Milhares de Camisas-de-Vênus viajam pelo Cósmos do Reino de Bilis
Garrafas plásticas e copos vazios de iogurte formam o acervo bélico.

O grande Sacerdote, Quimo, profetiza a união do Reino de Bilis com o Reino das Nuvens. Uma chuva incessante cairá, e a grande massa bélica e estrutural de todos os reinos de Bilis do mundo se unirá. Isso prediz que uma enorme inundação de esgoto e chuva ácida tomará a superficie, o reino dos Homens.



Camila
Ivi
(um dia qualquer, uma brisa em frente a represa Guarapiranga)

sábado, 27 de março de 2010

Tentando outra vez.

Vou, pela enésima vez, tentar manter um blog.
É dificil, pelo menos pra mim, manter uma frequência nas postagens e colocar um conteudo interessante para leitura, já que tudo que ando vendo e lendo por aí já é tão "cheio" de coisas bacanas.
Esse negocio de blog é uma "faca de dois legumes". Das duas uma; escrevo sobre mim e fico na mesma ou, escrevo sobre os outros e crio novas novidades que todo mundo tá careca de saber.
Ainda não escolhi sobre o que escrever.
Acho que vou misturar as coisas...escrever sobre mim e sobre os outros. Mas vamos continuar na mesma caro leitor. Sem novidades. Ou não!